sábado, 6 de fevereiro de 2010

um só dia

não há um só dia
em que não lembro
da luta
das latas dagua na cabeça
os feches de lenha

as cercas
as secas
o roçado os caminhos
os barreiros cavados
os jardins

as gentes
as trempes do fogão de lenha
as pedras para sentar
os dias de terça feira
dia de feira
em oi daua

não há um só dia
em que eu não lembro
setembros secos
corta ventos de cambão de milho

carros de garrafa de agua sanitaria
e baleadeiras
as algarobeiras
as cadeiras de balanço na sala

o radio ligado
a liga sem dinheiro para amarrar
amarrando dinheiro
de carteiras de cigarros

as  estradas  sem carros
e as gentes nas estradas

todos os poemas que escrevi

todos os poemas
que escrevi
que escreverei
sao para ao menos
dizer em silencio
de quanto você é especial

todos os palcos
e espaços
onde eu possa está
é de você que lembro
em primeiro lugar
por mais que esteja triste
nesse momento me alegro
celebro

fico maginando

de onde vem tanta força
e seus caminhos
maginando o que aconteceu
e o porque do silencio
seria algo proibido ?
algo feio ?
algo grande ?
sofrimento ?
fico maginando,
mas são apenas suposições...

pouca idade

eu era muito novo
para saber
para compreender
o tamanho de tudo aquilo
mas outras pessoas também
mesmo sendo adultas não sabem
nunca souberam
toda a historia

O pouco que se sabe

e tudo que se sabe
é o que ela falou,
ou o que se ouviu falar
dela,
o certo,é que ela exsitiu
e fez difrença na vida de muita gente...

Quem sabe de voce ?

Naquele fim de mundo
sertão sem estradas e carros
quem saberia de você
de suas historias
quem se enteressaria por saber
dos seus mistérios

Os misterios dos seus olhos

eram dois olhos grandes e negros
feito a noite,
cheios de mistérios
paisagens de outros tempos
historias nao reveladas
expostas apenas pelas cicatrizes
que tudo foi deixando